marcela levi
Boca de Ferro
solo de dançaMarcela Levi & Lucía Russo | Improvável Produções
Brasil | Argentina
2016
uma peça de Marcela Levi & Lucía Russo em colaboração com Ícaro Gaya.
Em 2016, as coreógrafas Marcela Levi & Lucía Russo, aliadas ao performer paraense Ícaro Gaya, lançaram-se o desafio de articular em cena um "corpo-suor guiado pelo som". O solo teve seu processo de criação - junho a dezembro de 2016 - viabilizado com o apoio do Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, Consulado da Argentina no Rio de Janeiro, Espaço Cultural Sítio Canto da Sabiá, Festival Dança Gamboa, além do Espaço Graner e o Festival Sâlmon, ambos em Barcelona. Em dezembro de 2016, o solo foi estreado na Sala Hiroshima, também em Barcelona, com o nome de "Boca de Ferro" (nome dado também aos alto-falantes). Desde então, foi apresentado em São Paulo, no Sesc Belenzinho; em Zagreb, no Queer Zagreb Festival; em Faro, no Encontros do DeVIR; em Vitoria Gasteiz, no Proklama nº10; em Buenos Aires, no Arqueologias del Futuro; em San Juan, no Encuentro Regional de Teatro del Nuevo Cuyo; em Campinas, na Bienal Sesc de Dança; em Viena, no Tanzquartier; em Helsinki, no Side Step Festival; no Rio de Janeiro, no Sesc Copacabana, em São Paulo, na MITbr; em Amsterdam no festival Julidans e em Teresina no JUNTA.
eu vou samplear, eu vou te roubar! meu amor era verdadeiro, o teu era pirata
(Gaby Amarantos)
Musicalmente, o estado do Pará é um Caribe amazônico formado graças às rotas de contrabando. Nos anos cinquenta, os navios que traziam perfumes e uísques carregavam também vinis de merengue, salsa e zouk. Sessenta anos depois a influência das sonoridades caribenhas fez a música paraense desaguar no tecnobrega - gênero musical criado por apropriação e alteração de músicas populares. As aparelhagens, estruturas furiosas de som que embalam nos dias de hoje as festas de tecnobrega, começaram em carrinhos de mão chamados nos anos cinquenta de picapes e a caixa de som levava o apelido de boca de ferro.
A nossa paisagem de partida é a palavra Belém": lugar onde há confusão, caos, barulho e barafunda.
Uma dança-rapsódia infernal, irreverente, brincalhona, provocadora, indecente, furiosa, astuciosa e sensual. Uma dança emanada por um corpo carregado de outros, de contradições, ambiguidades, bens e males, ou seja, um corpo humano, de gente.
Que tal um solo mega sonoro, uma dança-aparelhagem, um corpo-nave que descola-se da identidade e rebola e treme furiosamente?
FICHA TÉCNICA
Concepção e direção: Marcela Levi & Lucía Russo
Performance e cocriação: Ícaro dos Passos Gaya
Assistência: Tamires Costa
Desenho de Luz: Isadora Giuntini, Catalina Fernández
Figurino: Levi & Russo
Desenho de som: toda a equipe
Registro de vídeo: Tristán Pérez-Martín
Fotografia: Elisa Mendes, Gelson Catatau
Produção e realização artística: Improvável Produções
Coprodução e distribuição: Something Great (Berlin - DE)
Apoio: Graner, Teatro Hiroshima e Sâlmon Festival (Barcelona); Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, Consulado da Argentina, Espaço Cultural Sítio Canto da Sabiá, Festival Dança Gamboa (Rio de Janeiro).
Agradecimentos: Aleix Caussa, Amália Lima, Andrea Pimentel, César Augusto, Carles Nogueras, Cristina Alonso, Daniel Luhmann, DJ Waldo Squash, Elena Carmona, Gastón Core, Ginetta Levi Mortera, Isabel Penoni, Jackie Silva, Laura Erber, Luiza Leite, Marcia Rubin, Maria Acselrad, Mercedes Russo, Miwa Yanagizawa, Paula Delecave, Paula Mori, Sérgio Rezende, Tatiana Altberg, Veronica Russo, Vitor Nascimento.